Uma bomba relógio

Imagine se a Igreja católica lançasse um material exclusivo e inédito sobre amor e sexo? Qual seria sua reação?

Imagine que esse material tivesse por objetivo apresentar o corpo humano, a masculinidade, a feminilidade e o encontro sexual entre os dois como expressão de alegria, de êxtase e de felicidade sem fim?

Qual seria sua reação?

Imagine que esse material dissesse assim: “o amor é para todos, ninguém pode ficar fora”.

Imagine que ela dissesse assim: “ame e faça o que quiseres”.

Talvez algumas pessoas poderiam pensar que a Igreja católica está se modernizando e fazendo de tudo para ganhar novos adeptos, está em final de campeonato, está apelando agora para conseguir trazer mais gente para a Igreja. Outros talvez mais ultraconservadores, pensariam que é o fim do mundo, onde já se viu a Igreja católica lançar um material desse, ainda mais falando sobre o corpo, sobre sexualidade, sobre relações sexuais e com direito à felicidade sem fim, é o fim do mundo mesmo. Outros talvez mais céticos poderão dizer e pensar da seguinte maneira, isso não existe, isso é propaganda enganosa, porque o amor e a felicidade não são para todos.

Mas eu preciso dizer para você que esse material já existe

Há bem mais de 38 anos na verdade, ele continua ainda desconhecido pela maioria dos católicos, eu posso dizer ainda mais para você, que a verdade contida nesse material, existe há mais de 2.000 anos, porque desde que Jesus Cristo se encarnou e fundou a sua Igreja, a verdade contida nesse material, continua sendo defendida e anunciada pela Igreja há mais de 2.000 anos. Mas eu posso ir além com você, e dizer que aquelas pessoas que enxergam um pouco mais longe, conseguirão ver que essa verdade está inscrita no coração e no corpo de cada homem e de cada mulher, desde que o mundo é mundo, desde que Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança.

Mentiras ao longo do tempo…

E nós fomos confundidos em relação a verdade sobre o homem e sobre a mulher, sobre o amor e sobre o sexo. Infelizmente tentaram separar aquilo que é inseparável, o amor da verdade, e o sexo do amor, e sabe quem ficou com o papel de vilã na história? Acredite, a Igreja Católica. E ao separarem o amor do sexo, e o sexo do amor, fizeram com que pessoas que queriam viver a santidade, associassem o sexo ao pecado, e colocassem a santidade contra os desejos sexuais, mas também fez com que pessoas que queriam viver o sexo (de maneira desregrada), separassem o sexo do amor, e associaram sexo a diversão, a curtição, a parque de diversões, e não a família e uma doação real da própria vida.

Karol Wojtyla

Porém de uma maneira revolucionária, enquanto na década de 60 e 70 o mundo celebrava o festival de woodstock, na América, como lugar da celebração do “amor livre”, do outro lado do mundo, bem no leste europeu, na Polônia, um homem chamado Karol Wojtyla, demonstrava claramente que os ensinamentos da Igreja sobre o amor, a sexualidade, e sobre a família, são realmente um caminho que nos conduz à plena felicidade, e ele não fazia isso apenas de forma religiosa, ele fazia isso com base na ética, na filosofia e na antropologia. Esse mesmo homem sendo eleito Papa, assumiu o nome de João Paulo II e durante os anos de 1979 à 1984, proferiu as famosas catequeses sobre o amor humano, durante as quartas-feiras no Vaticano, estas catequeses também receberam o nome de Teologia do Corpo, onde o Papa com maestria, apresentou o amor e o sexo, que uma vez vividos dentro do seu verdadeiro significado, nos conduzem a uma antecipação daquilo que nós viveremos um dia, em plenitude, no céu. Eu posso garantir algo para você, que a Teologia do Corpo de São João Paulo II, é sem dúvida, o material mais penetrante e inédito, sobre o ensinamento da Igreja a respeito do corpo humano, porque o corpo é apresentado por ele como um lugar teológico, ou seja, um lugar de encontro com Deus, o corpo nos encaminha para Deus, sem dúvida alguma, eu posso dizer que a Teologia do Corpo se trata de um manual sobre como os nossos desejos sexuais são nobres, e nos encaminham para o céu.

Talvez você sempre lutou contra seus desejos sexuais…

Pelo fato de pensar que eram pecados, e que precisava reprimi-los. Agora vem alguém falando que eles são nobres, e nos encaminham para o céu, que negócio é esse?

Eu sei que é difícil para você entender isso, mas você não pode reprimir os seus desejos sexuais, ao contrário, você precisa canalizá-los e orientá-los, para aquilo que é bom, belo e verdadeiro. Eu sei que em uma cultura como a nossa, tão erotizada, é muito difícil entendermos essas coisas, porém você precisa saber que o desejo sexual e a atração entre o homem e a mulher, foram colocadas em nós pelo próprio Deus, para que através desse desejo o homem e a mulher se buscassem mutuamente, se unissem, e no amor estável e definitivo, se tornassem assim a imagem do amor de Deus e da comunhão da Santíssima Trindade. Portanto essa vocação ao amor está inscrita em nossa própria humanidade, foi gravada em nossa carne, em nossa masculinidade e feminilidade, por isso é óbvio que nosso desejo mais profundo não é o sexo, mas o amor, nós podemos sim manifestar o amor através do sexo, porém jamais poderemos tirar o amor do sexo, isso seria tratar a pessoa com um objeto, seria “coisificar” a pessoa, e isso jamais poderia ser feito com uma pessoa humana.

Ame e faça o que quiseres

É por isso que quando a Igreja nos diz pela boca de Santo Agostinho: “ame e faça o que quiseres”, na verdade estão dizendo que o amor é a norma personalista, o que significa isso? Quem ama não usa e quem usa não ama, porque amar é o contrário de utilizar! Veja bem, é o amor que deve regular os atos entre o homem e a mulher, o problema é que tanto a definição do amor, com a sua vivência estão bem desgastadas e adulterados em nosso tempo, é por isso que a Teologia do Amor e a Teologia do Corpo devem caminhar sempre juntas. São João Paulo II deixa claro na Teologia do Corpo as quatro características essenciais do amor, sabe qual é? A totalidade, a liberdade, a fidelidade, e a fecundidade.

Portanto o amor verdadeiro é total, livre, fiel e fecundo, se você ama dessa maneira, então fique tranquilo, você pode fazer o que você quiser. Mais do que nunca precisamos resgatar a riqueza e a beleza do ensinamento da Igreja sobre o corpo, sobre a sexualidade humana, sobre o masculino e feminino, e sobre o significado do ato sexual, sabe por quê? A Igreja nunca foi contra o sexo, ela sempre foi a favor da dignidade da pessoa humana e da sua plena felicidade.

Conclusão

Talvez a Igreja tenha sido muitas vezes incompreendida, simplesmente pelo fato dela não nos enganar, mostrando que o amor é exigente, e não dá para ser vivido sem sacrifíciose renúncias, palavras essas, rejeitadas pela nossa sociedade atual, mais que tem a força de encher de significado a nossa existência humana, no que de fato é o amor. Sabe o que é amor? É fazer de si mesmo um dom, é ofertar a própria vida!

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