Aquilo que hoje conhecemos e chamamos de “namoro” é uma realidade bastante recente na história humana. Esse clima mais privado e de contato pessoal dos casais de namorados atuais, é algo de mais ou menos um século para cá. Será que o estilo de namoro atual é melhor do que os namoros de antigamente? Para ajudar a responder a essa pergunta, vamos analisar de forma geral os namoros de ontem e de hoje, e fazer um paralelo entre eles e buscar as respostas para relacionamentos estáveis hoje.

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O romance à moda antiga.

No romance à moda antiga, os estágios de um relacionamento eram bem definidos e tinham um objetivo claro: o casamento. Os pais criavam e educavam seus filhos para se casarem. O conceito de adolescência era praticamente inexistente. Quando os jovens chegavam numa idade onde estavam prontos para se casar, era nesse momento que começava o processo de um namoro. Casar era praticamente, um sinal de maturidade e um ingresso na vida adulta.

No “modelo antigo” de namoro, quando um rapaz demonstrava interesse por uma moça, ele primeiro tinha que convencer os pais dela. A responsabilidade do rapaz diante da família da moça era muito grande, na verdade era uma questão de honra dar e manter a sua palavra, mostrar que era uma pessoa direita e que suas intenções eram as melhores, e que realmente ele tinha condições de cuidar dela. E a palavra e opinião dos pais predominavam na escolha dos filhos.

Uma vez aprovado o namoro, o contato entre os jovens não era à vontade, com toda a liberdade que vemos hoje, era feito no ambiente familiar, geralmente na casa da moça e com a família dela presente. Portanto, não havia condições do casal de namorados terem aquele momento de mais intimidade. Se chegassem a sair juntos, num ambiente mais social, nunca estavam sozinhos, mas sempre acompanhados de outro membro da família, para prezar pela reputação deles, principalmente da moça. O conhecimento mútuo era feito através de cartas, conversas, encontros rápidos, e o contato físico – como beijar e abraçar – praticamente não acontecia, e muito menos uma relação sexual, que era reservada somente para o casamento.

Os namoros e relacionamentos atuais.

Nos namoros atuais valoriza-se bastante a questão de apaixonar-se antes de namorar e casar. Existe maior liberdade para conhecer e escolher a pessoa que queremos namorar, sem praticamente nenhuma intromissão dos pais. Há mais tolerância em relação ao tempo de namoro e não existe uma pressão para um casamento, pois se incentiva aproveitar a vida, curtir a juventude, concluir a faculdade, consolidar a carreira, ter uma boa reserva financeira. E finalmente, valoriza-se muito a necessidade de intimidade física entre os casais de namorados e noivos, pois dizem que é preciso “ter a química”, “provar” e “conhecer” bem a pessoa antes de casar com ela, referendo-se logicamente na intimidade sexual. Esses fatores são considerados como conquistas da sociedade atual.

O contraste entre os dois modelos.

É nítido que o romance à moda antiga e os relacionamentos atuais contrastam bastante entre si. Hoje, acredita-se que é importante fazer primeiro a experiência, para depois se comprometer, antes se acreditava que o importante era primeiro se comprometer para depois fazer a experiência.

É claro que não queremos aqui canonizar o passado e demonizar o presente. Pois ambos os modelos de relacionamentos tem suas vantagens e desvantagens. Porém, o nosso modelo atual de namoro embora tenha conquistado mais espaço privado, maior intimidade física e menor participação dos pais na escolha, mesmo assim, não temos visto tantos frutos, comparado ao modelo anterior.

Isso demonstra que geração atual que tanta rejeita o modelo antigo de namoro, ainda não conseguiu oferecer um modelo melhor. Pois o romance à moda antiga, com seus prós e contras, pelo menos gerava um resultado final mais eficaz e estável, pois dava origem a famílias mais sólidas e matrimônios mais estáveis e duradouros. Ao contrário do que vemos hoje, onde nota-se uma quantidade enorme de jovens que têm medo de se comprometerem com alguém para toda a vida e fogem de escolhas definitivas. Sem contar aqueles que se casam, mas abandonam o barco nos primeiros problemas que aparecem no casamento.

Temos que voltar a um passado perdido?

Não estamos propondo a volta a um passado perdido, pois sabemos que a sociedade mudou e que cada época tem os seus desafios. Porém, os valores essenciais não envelhecem, e algumas práticas jamais perdem o prazo de validade, são sempre atuais e necessárias.

O evangelho diz que o homem sábio sabe tirar do seu tesouro coisas velhas e coisas novas (Mateus 13, 52). Portanto, precisamos saber tirar lições do passado e do presente, para direcionar melhor o nosso futuro! Ter a coragem de enxergar aquilo que funciona e que não funciona, e fazer escolhas livres, conscientes e responsáveis.

Se por um lado é verdade que algumas coisas do passado não servem mais para hoje, também é verdade que precisamos resgatar muitas coisas que deram e podem continuar dando certo hoje.

Não podemos cair na ingenuidade e no saudosismo de pensar que só o passado era bom, como também não podemos cair na tolice de achar que tudo o que é moderno é melhor. Esquecer as lições do passado e simplesmente “meter o pé” nos valores que sustentaram várias gerações antes de nós, só porque queremos ser mais “moderninhos”, é uma profunda ignorância, para não dizer burrice.

O que fazer com a liberdade que temos hoje?

Existe um texto bíblico que diz: “Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais” (Gálatas 5, 13).

Se por um lado, os pais de hoje não devem escolher esposo e esposa pelos seus filhos, por outro lado, os filhos devem escolher com mais responsabilidade, e também não devem rejeitar os bons conselhos de seus pais.

Se antigamente havia pouca intimidade, e casais namoravam até sem darem as mãos, e muitas vezes se casavam com pouca informação na área da sexualidade, hoje o excesso de intimidade e experiências sexuais pré-matrimoniais, arrebentam com a nossa afetividade, ameaçam a estabilidade de um futuro matrimônio. Principalmente se essa prática foi vivida em diversos namoros diferentes. Portanto, a importância da virtude da castidade continua atual.

Se antigamente a escolha era baseada mais na razão e no bom senso e não tanto nos sentimentos e emoções (que têm a sua importância); não podemos correr o risco hoje de construir o edifício de nossa futura família com base na paixão e nos arrepios, e permitir que os desejos do corpo sobreponham à inteligência e vontade.  

Se antes havia uma pressão muito grande para o casamento acontecer o mais rápido possível, por outro lado, não dá para ficar enrolando a pessoa que você namora, ou viver o período de namoro como passatempo e diversão, sem meta e propósito definido. Por isso, não é saudável manter um relacionamento longo sem expectativa de união.

Namoros atuais com valores antigos e sempre novos.

Mesmo no século XXI, o namoro deve continuar sendo aquele período bonito de descoberta do outro, onde ao invés de você estar preocupado em tirar a tirar a roupa do outro, esteja focado em tirar as suas máscaras, sair da superficialidade, e dar passos firmes na construção de um Projeto de Vida bem definido que é o matrimônio.

O namoro do século XXI pode ser sim, sinônimo de decência, compromisso, respeito, maturidade, responsabilidade, seriedade, e preparação para um futuro casamento; pois essas coisas não saem moda!

Não tenhamos medo de ir contra o politicamente correto! Não entremos na onda da cultura do provisório e descartável, que nos leva muitas vezes a trair a nossa própria consciência. E nem coloquemos desculpas justificando os nossos erros e nos fazendo de vítimas de um sistema que não promove mais os valores eternos. Porque os grandes santos sempre foram aqueles que tiveram a coragem de nadar contra a correnteza e dar uma resposta às necessidades do seu tempo.

Em nosso tempo, a família passa por dias difíceis, e talvez você saiba disso por experiência pessoal. Então, se a sua família já foi complicada, esforce-se pelo menos em formar uma família decente para os seus filhos! E isso começa agora, nas escolhas feitas durante o período de namoro e de solteiro! E lembre-se que a soma das nossas escolhas hoje impactarão a sociedade de amanhã.

Se você acha que romance à moda antiga já não se enquadra em nossa sociedade moderna, então pelo menos viva de forma moderna os valores antigos que não passam!  A escolha só depende de você!

Fernando Gomes
Idealizador do Projeto Amor Autêntico
Escritor e Conferencista católico

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